A RÁDIO INDEPENDENTE NA VIDA DE DELESIA SANSON

"Eu não trabalhava por causa do  salário que eu ganhava. Eu trabalhava com amor. Eu não tinha horário.

Tenho muito orgulho de ter trabalhado na Rádio Independente.

Guardo boas lembranças dos meus colegas que muito me ajudaram a vencer na vida. Foram 30 anos! "

Delesia é natural de Arvorezinha. Está com 83 anos. Veio a Lajeado para trabalhar na Rádio Independente. 

Atuou em vários setores da emissora, especialmente na área financeira e  no Departamento de Pessoal, no período de 1951 a 1981.

OS PRIMEIROS PROGRAMAS E O CRESCIMENTO DAS EMPRESAS

Os relatos  referem-se à década de 1960, vivenciados na comunidade de Picada Serra. Quem conta é LEONILDO DEGASPERI, nascido em 04/04/1938, empresário reconhecido na região, fundador das Fruteiras Degasperi:

"Um dos primeiros rádios que existiu lá na nossa comunidade foi o meu. Inclusive aos domingos vinham os vizinhos lá em casa para escutar rádio, porque rádio naquela época era uma grande novidade. Já era um pouco mais moderno do que no meu tempo de escola. Aqueles rádios que tinham nos comerciantes funcionavam com bateria. Mas aqui eu já consegui comprar um de pilha."

 "Lembro bem que um dos primeiros programas que a gente começou a se entusiasmar foi Manhãs Gaúchas. Era apresentado pela Sebilla Cemin, de manhã, das 8 às 9 horas. Era um programa que a gente apreciava muito."

   

Sebilla Cemin hoje vive na Vovolar em Lajeado.

Fala com emoção deste programa  e lembra

das inúmeras cartas que recebia dos ouvintes



O começo, a publicidade na emissora, a amizade com Lauro Müller


A primeira Fruteira Degasperi foi aberta numa garagem. Visionário, Leonildo sabia que iria expandir os negócios, mas não queria arriscar mais do que havia planejado. Foi conversar com Lauro Müller para fazer um trabalho de publicidade na rádio, algo bem simples para mostrar que a empresa havia se instalado na cidade.

Degasperi comenta que os negócios (fruteiras) foram crescendo com a divulgação na rádio e, ainda,  com a presença constante de clientes conhecidos, como o advogado Dr. Ney Santos Arruda e o empresário Rui Lopes. 

"Sempre quando eu encontrava Lauro Müller, ele perguntava: Como estão as firmas, Degasperi? E a família? Eu respondia que as firmas estão bem e a família, de igual forma, vai bem. Nesta hora eu sempre agradecia e falava que ele foi um segundo pai para nós."

Degasperi recorda que Lauro Müller ficava emocionado ao ouvir tal declaração, no entanto, completava:  "Foi o esforço de vocês!"

No ano de 1993, Leonildo Degasperi recebeu o Prêmio Alicerce "Empresa Família", menção honrosa que era concedida pelo Grupo Independente a pessoas que se destacavam nas mais diversas áreas.  



Família  Degasperi 

 

O APRENDIZADO VEM DA AUDIÊNCIA

Paulo Rogério

Quem quer trabalhar em rádio, quem quer fazer rádio para as comunidades como é a proposta da Rádio Independente, precisa conhecer a região onde trabalha.

Quem dita os meus procedimentos é o ouvinte.
Paulo Rogério está no Grupo Independente desde 1979.  Apresenta o Programa "Acorda Rio Grande" há 28 anos, coordena o Departamento de Jornalismo da Independente AM e, sem dúvida, é um dos responsáveis pela credibilidade que a emissora tem junto às comunidades.   

ELIO PEDRO WEIMER : RECORDAÇÕES DA CASA DE CABOCLO

A entrada na Rádio Independente ocorreu devido à criação da dupla sertaneja Elinho e Alaor. Em 1958, eles iniciaram as apresentações na Rádio Alto Taquari, em Estrela. Em 1959, começaram a se apresentar na Rádio Independente.

Elinho recorda que a primeira grande apresentação da dupla ocorreu por ocasião dos nove anos da emissora, em 1960, no Cinema Avenida. Ele trabalhou na empresa de 1959 a 1979.

"O meu programa Casa de Caboclo realmente foi o que marcou para mim."

 Ficou no ar por quase 20 anos, nos domingos pela manhã. No entanto teve vários nomes anteriores a este, mas o formato era sempre o mesmo e consistia na apresentação de artistas e duplas sertanejas que vinham de toda a região para tocar na rádio. Havia concursos das melhores duplas."Vinha gente de tudo o que é lugar."

A VISÃO DE WINK SOBRE A RÁDIO INDEPENDENTE

Rogério Wink (E) fala sobre a sua relação com a emisora

  

Desde a década de 1970, grandes avanços tecnológicos ocorreram e a Rádio Independente sempre soube fazer uma leitura muito forte da força da informação.

Acompanhou as mudanças, investiu em tecnologia, aperfeiçoou seus profissionais para que todo mundo tivesse condições de continuar ouvindo a emissora.

O que nunca mudou, e espero que nunca mude é a capacidade de promover a integração regional, a integração das pessoas com as pessoas, das pessoas com as empresas e das empresas com as empresas.

Uma herança que Seu Lauro deixou foi a integração das comunidades.



O economista também faz Rádio



Rogério Wink comanda o “Espaço Empreendedor”, que está no ar há oito anos e é apresentado sempre aos sábados, das 9 às 10 horas.

O programa tem a participação de empresários e de profissionais convidados que, sob a coordenação de Rogério Wink, tratam sobre temas do Empreendedorismo.

 Rogério Wink garante que o programa promove satisfação pessoal e profissional. E assinala que sempre aprende muito com os participantes. O objetivo  é dar visibilidade aos jovens, aos novos e aos pequenos empreendedores, no entanto,  empresas de maior porte seguidamente são convidadas para relatar as suas vivências de negócios. 

PAIXÃO PELA MÚSICA

Nesta quarta-feira (10/11), visitamos Dona  Ivone e  Seu Ivo Adalberto Stürmer, o Betinho. Conversamos sobre os tempos em que Betinho participava da programação da emissora, nas décadas de 1950, 1960 e 1970, quando a Rádio Independente funcionava onde hoje está instalada a Acil.





Betinho tocava vários instrumentose, além de se apresentar, também

preparava outros artistas antes  que entrassem no palco.

 

Ele recorda dos programas de auditório e salienta a expressiva audiência que tinha no interior, onde passou a ser conhecido como "Professor Betinho", denominação que recebeu de Oscar Chaves Garcia, embora não simpatizasse muito com a ideia porque não desejava ser bajulado. A paixão pela música sempre foi maior do que qualquer vaidade pessoal.



tivemos o prazer de ouvir uma breve apresentação que Betinho

fez de improviso a nosso pedido.




Passamos horas agradáveis com o casal e olhamos muitas fotos.



...SOBRE JACY PRETTO

Ele atua na Rádio Independente desde 1987, mas já fazia participações no ar  há mais tempo. Trabalhou em vários setores, como em eventos, jornalismo, unidade móvel e na famosa  "Barbearia do Hanz".

A PIADA DO JACY
Atualmente ele  integra o Departamento de Esportes da emissora e participa do programa “Acorda Rio Grande”, onde faz um comentário e encerra a participação com uma piada. Ele explica que tudo começou  num dia em que, de improviso, resolveu brincar no ar com o colega Paulo Rogério contando uma piada.

Eu falava todas as manhãs de esportes, acho que uns 10 anos e, um dia, não sei porquê, contei uma piada. O Paulo entendeu que aquilo poderia virar um hábito.

Nos dias seguintes, os ouvintes cobravam para que continuasse com a brincadeira.

Hoje venho ao programa do Paulo e conto a piada. As pessoas falam menos acerca da opinião que dei sobre o jogo, do que da piada. Eles avaliam a piada: se foi boa, mais ou menos ou sem graça.

ALEXANDRE GARCIA

Ele relata sobre acontecimento de 1956, época em que trabalhava como locutor:

Nós fechávamos a Rádio Independente. Uma noite a gente saiu conversando alto e recém haviam implantado uma guarda noturna em Lajeado. Eles queriam mostrar serviço.

 Eu lembro que ficamos conversando naquela  praça triangular (Praça do Chafariz) e a guarda noturna apitava, apitava e a gente começou a rir dos apitos.

Eles estavam se avisando e nos cercaram na praça. Queriam nos prender. Perguntaram se a gente tinha arma. Eu recordo que tirei um terço do bolso e falei :-“esta é a minha arma, a única arma", uma coisa assim, o que  hoje eu acho gozado, mas naquele tempo eu falava sério.

HARRY LOEFFLER 
lembra da famosa Banda ZZP-2
  

Ditmar Born (E) ouve Harry Loeffler

 

Era uma bandinha formada por colegas da emissora. Nem todos eram músicos e também havia aqueles que mal sabiam tocar um instrumento musical, mas faziam a sua parte no grupo.

Elio Pedro Weimer, Déo Luiz Raymundo do Couto, Donga Menezes, Gastão Valandro e Harry Loeffler. Esta banda chegou a se apresentar no interior.


O nome “ZZP-2” fazia referência a uma emissora governamental, instalada em São Paulo,  que realizava o rastreamento das empresas de radiodifusão e fazia a modulação da freqüência  quando estas saiam do ponto.


A “ZZP-2” mandava um telegrama para a rádio informando que deveríamos estar atentos à meia-noite do dia tal, para conversar com eles.


A banda foi criada para passar o tempo porque, muitas vezes, precisavam esperar por mais de duas horas, já que o serviço ocorria por volta da meia noite.


A desculpa era fazer companhia ao então técnico em rádio da emissora Donga Menezes, que ficava no estúdio para atender ao chamado da “ZZP2”.
(...) Alô, alô ZZP2, São Paulo, ZZP2, aqui é Rádio Independente... para  ir modulando ate chegar no ponto.