O APRENDIZADO E O DESEJO DE SER UM BOM PROFISSIONAL
Uma das pessoas que serviu como referência para mim, no início da carreira, foi o radialista Lucindo Amaral, que já tinha trabalhado na Rádio Independente. Ele estava numa emissora de Caxias e retornava a Lajeado nos finais de semana para visitar a mãe dele.
Um dia ele veio na rádio conversar comigo para que nós trocássemos vinhetas. Ele gravava vinhetas de programas para mim e eu gravava para ele.
Aprendi com o Lucindo o que era comunicação no rádio, porque até então nós não estávamos fazendo comunicação. Nós estávamos anunciando música, lendo pedido, dedicatória... Só locução. E aí o Lucindo me dizia:- eu coloco o telefone no ar, eu faço charadinhas, eu sorteio brindes.
Um dia ele veio na rádio conversar comigo para que nós trocássemos vinhetas. Ele gravava vinhetas de programas para mim e eu gravava para ele.
Aprendi com o Lucindo o que era comunicação no rádio, porque até então nós não estávamos fazendo comunicação. Nós estávamos anunciando música, lendo pedido, dedicatória... Só locução. E aí o Lucindo me dizia:- eu coloco o telefone no ar, eu faço charadinhas, eu sorteio brindes.
Lucindo Amaral trabalhou na emissora na década de 1970. Pelos colegas da época ele é lembrado como um conceituado radialista, dono de um carisma marcante aliado a uma potente voz.
João Pedro Müller (E), Jacy Pretto, Renato Worm, Daian Feldens e Nadir Giovanella |
A INTERATIVIDADE COM O OUVINTE
Em 1977, Renato Worm apresentava o programa “Show da Tarde”, das 15 às 17 horas.
Para aprender com Lucindo, ele estacionava o carro nas imediações da barranca do Rio Taquari, num ponto onde conseguia sintonizar a Rádio Caxias.
Acompanhava Lucindo para depois fazer algo parecido no seu programa.
Ele recorda que na primeira vez em que colocou o telefone no ar à disposição do ouvinte, Lauro Müller ligou preocupado para Renato questionando se ele sabia o que estava fazendo.
O receio do Seu Lauro era por causa da ditadura. Qualquer deslize poderia tirar a rádio do ar, por determinação do Dentel, à época Departamento Nacional de Telecomunicações, e das Forças Armadas.
Talvez fosse uma estratégia arriscada e que poderia gerar desgastes já que não havia como controlar o que seria dito pelo interlocutor, o ouvinte.
No entanto, Renato não se intimidou porque acreditava que este era o caminho para promover a interatividade e comenta que, a partir desse momento, passou a fidelizar a audiência, tanto é que muitas pessoas ainda recordam detalhes de programas apresentados.
Particularmente, me incluo entre esses antigos ouvintes da Rádio Independente.
Ainda criança, na comunidade de Rui Barbosa, hoje pertencente a Canudos do Vale, de um rádio a pilha, acompanhava o programa que Renato Worm apresentava na emissora.
Entre as atrações estavam as charadinhas (perguntas e adivinhações engraçadas), que eram lançadas no ar e os ouvintes ligavam para responder.
Recordo que muitas empregadas domésticas telefonavam para oferecer músicas ou mesmo para participar das brincadeiras.
Renato festejava cada ligação, questionava de onde a pessoa falava, onde trabalhava, emendava conversas divertidas que faziam o ouvinte achar graça das respostas.
Por conta disso, naquela época, eu desejava ser empregada doméstica para poder ligar para a emissora.
Realmente exerci tal profissão, mas o programa já não existia mais.
Já há alguns anos Renato Worm e eu somos colegas de trabalho e muito mais do que isso: bons amigos!
Continuo sendo fã do seu trabalho e, especialmente, admiro a humildade que conserva desde o início da carreira, quando ouvia o radialista Lucindo Amaral para aprender com ele.
(Dirce Becker Delwing - jornalista)
ABAIXO, FOTOS QUE MOSTRAM ALGUNS MOMENTOS DO COTIDIANO DO RADIALISTA
Heron de Oliveira (E), Renato Worm, Erni Petry (político) e Ditmar Born (ao telefone) |
O dentista Sérgio Kerbes (E) com Renato Worm, em 2007, no aniversário do município de Arroio do Meio - programa especial da emissora. |
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