sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

SOBRE A CARREIRA DE RENATO WORM NO GRUPO INDEPENDENTE



O APRENDIZADO E O DESEJO DE SER UM BOM PROFISSIONAL

Uma das pessoas que serviu como referência para mim, no início da  carreira, foi o radialista Lucindo Amaral, que já tinha trabalhado na Rádio Independente. Ele estava numa emissora de Caxias e retornava a Lajeado nos finais de semana para visitar a mãe dele.
Um dia ele veio na rádio conversar comigo para que nós trocássemos vinhetas. Ele gravava vinhetas de programas para mim e eu gravava para ele. 
Aprendi com o Lucindo o que era comunicação no rádio, porque até então nós não estávamos fazendo comunicação. Nós estávamos anunciando música, lendo pedido, dedicatória... Só locução. E aí o Lucindo me dizia:- eu coloco o telefone no ar, eu faço charadinhas, eu sorteio brindes.

Lucindo Amaral trabalhou na emissora na década de 1970. Pelos colegas da época ele é lembrado como um conceituado radialista, dono de um carisma marcante aliado a uma potente voz.
 
João Pedro Müller (E), Jacy Pretto, Renato Worm, Daian Feldens e Nadir Giovanella


A INTERATIVIDADE COM O OUVINTE
 
Em 1977, Renato Worm apresentava o programa “Show da Tarde”, das 15 às 17 horas. 
Para aprender com Lucindo, ele estacionava o carro nas imediações da barranca do Rio Taquari, num ponto onde conseguia sintonizar a Rádio Caxias. 
 Acompanhava Lucindo para depois fazer algo parecido no seu programa.
 Ele recorda que na primeira vez em que colocou o telefone no ar à disposição do ouvinte, Lauro Müller ligou preocupado para Renato questionando se ele sabia o que estava fazendo. 
O receio do Seu Lauro era por causa da ditadura. Qualquer deslize poderia tirar a rádio do ar, por determinação do Dentel, à época Departamento Nacional de Telecomunicações, e das Forças Armadas.
 Talvez fosse uma estratégia arriscada e que poderia gerar desgastes já que não havia como controlar o que seria dito pelo interlocutor, o ouvinte. 
 No entanto, Renato não se intimidou porque acreditava que este era o caminho para promover a interatividade e comenta que, a partir desse momento, passou a fidelizar a audiência,  tanto é que muitas pessoas ainda recordam detalhes de programas apresentados.
  Particularmente, me incluo entre esses antigos ouvintes da Rádio Independente.
Ainda criança, na comunidade de Rui Barbosa, hoje pertencente a Canudos do Vale, de um rádio a pilha, acompanhava o programa que Renato Worm apresentava na emissora.  
Entre as atrações estavam as charadinhas (perguntas e adivinhações engraçadas), que eram lançadas no ar e os ouvintes ligavam para responder.
 Recordo que muitas empregadas domésticas telefonavam para oferecer músicas ou mesmo para participar das brincadeiras.
 Renato festejava cada ligação, questionava de onde a pessoa falava, onde trabalhava, emendava conversas divertidas que faziam o ouvinte achar graça das respostas. 
Por conta disso, naquela época, eu desejava ser empregada doméstica para poder ligar para a emissora. 
Realmente exerci tal profissão, mas o programa já não existia mais.  
Já há alguns anos Renato Worm e eu somos colegas de trabalho e muito mais do que isso: bons amigos! 
Continuo sendo fã do seu trabalho e, especialmente, admiro a humildade que conserva desde o início da carreira, quando ouvia o radialista Lucindo Amaral para aprender com ele. 

(Dirce Becker Delwing - jornalista)

ABAIXO,  FOTOS QUE MOSTRAM ALGUNS MOMENTOS DO COTIDIANO DO RADIALISTA
 
Heron de Oliveira (E), Renato Worm, Erni Petry (político) e Ditmar Born (ao telefone)

 
O dentista Sérgio Kerbes (E) com Renato Worm, em 2007,
no aniversário do município de Arroio do Meio - programa especial da emissora.



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