quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A ESPADA MÁGICA CHAMADA MICROFONE

O relato é do jornalista ALEXANDRE GARCIA, em entrevista concedida à emissora para o aniversário dos 60 anos.

Nesta história, ele recorda de um episódio que viveu na companhia do seu pai Oscar Chaves Garcia, que entrou para a Rádio Independente em 1956 e ficou por vários anos atuando na emissora, inclusive, por algum período, Alexandre e seu pai foram colegas - o pai como gerente, o filho como repórter.


Oscar Chaves Garcia
 A transmissão dos jogos de futebol era via telefone e às vezes não havia linha telefônica até o estádio. Então meu pai fazia ligações pelo arame farpado de cercas, que serviam de fio ( de telefone). O pessoal tinha muito respeito pelo microfone.

Eu lembro que acompanhei o meu pai numa partida em Guaporé entre o Guaporense e o Fortes Livres de Muçum. Era partida decisiva pela zona leste, imagino. O juiz se chamava Queirolo Campos. Ele apitou um pênalti contra o time local, contra Guaporense, no último minuto. Era um pênalti que decidiria a partida. Ora, não havia alambrado, a torcida invadiu o gramado e queria quebrar o Queirolo Campos, que já era um homem de nariz quebrado.

Onde ele se refugiou da multidão que queria linchá-lo? Lá no meu pai!

Meu pai segurava o microfone como se fosse uma espada. Uma espada de "Guerra nas Estrelas".

As pessoas se afastavam com medo do microfone.

Eu achei aquilo uma coisa inédita, inusitada. E foi assim que ele salvou a vida do Queirolo Campos, graças à espada mágica chamada microfone.

Meu pai foi um grande incentivador do esporte amador na região. 

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