Conheci HARRY mais de perto no ano passado, quando na companhia do colega DITMAR BORN, fui entrevistá-lo para o Memorial Independente.
Na primeira vista à sua casa, ainda no portão, já dava para perceber que ali morava uma família onde o humor fazia parte da rotina. Uma placa afixada na entrada avisava: Cuidado, cão com dono perigoso! O dizer dava motivo para rir antes de começar qualquer conversa. E assim HARRY viveu sua vida. Ria, brincava, ironizava, sem deixar de pontuar o que devia ser dito.
Nos últimos dias, a imprensa centrou as atenções à trajetória de STEVE JOBS, que faleceu em função de um câncer no pâncreas, aos 56 anos. O empresário foi responsável pelo início dos computadores pessoais e fundador da Apple, uma das primeiras empresas de novas tecnologias da informação. Chegou a ser comparado com Albert Einstein, pela sua capacidade de criar novos produtos nesta área e surpreender o mundo com projetos que, até então, pareciam impossíveis de acontecer. Analisando o percurso desse profissional, seria a história de um sujeito que soube aproveitar as oportunidades e que, bem possível, nascera com um talento incrível para a invenção. No entanto, se voltarmos para a sua infância e vida pessoal, podemos ver que precisou superar várias questões familiares. Ganhou de presente pais do coração depois que já chegou ao mundo. E, certamente, neste lar pôde dar margem às suas ideias e se tornar quem foi.
Coincidentemente, aqui no Vale do Taquari, a imprensa também se ateve à história de um homem vencedor. O humorista, locutor, colega aqui da Independente HARRY LOEFFLER, que faleceu nesta quarta-feira, aos 81 anos, de insuficiência respiratória e por problemas pulmonares.
E porque poderia buscar semelhanças entre STEVE JOBS e HARRY LOEFFLER? Acontece que HARRY também foi um grande inventor. Inventor no rádio. Da mesma forma como também teve que enfrentar uma infância difícil, com pais separados. Morando em Carazinho até os 17 anos, voltou a Lajeado no ano de 1947 para rever a mãe, decidindo permanecer para auxiliar o padrasto em serviços de pintura. Sem dúvida, teria motivos de sobra para ostentar ares de sofrimento. No entanto, usou o talento para dar um outro desfecho ao seu destino. Justamente o jeito brincalhão é que, em 1963, lhe rendeu um espaço na Rádio Independente para criar um personagem engraçado. E foi assim que surgiu o barbeiro Hans, depois o programa Escuta Vovó e a Barbearia do Hans.
HARRY LOEFFLER, sem dúvida, foi um grande conquistador de audiência, um inventor de programas e atrações do rádio, um homem que deixou de pintar paredes para colorir os dias e as noites dos seus ouvintes!
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