Nas seis décadas da Rádio Independente, muitas questões foram mudando com o passar dos anos, em função das novas tecnologias que deram uma reviravolta no fazer jornalístico, especialmente nos últimos tempos.
No entanto, para o repórter, os desafios ao produzir uma matéria especial, seguem da mesma forma, ainda que atualizados na sua formatação. Nem sempre é fácil encontrar, de imediato, a busca da fonte certa, a criação de uma ampla rede de contatos e a persistência quando é difícil localizar as pessoas imprescindíveis para completar uma reportagem.
Ricardo Sander |
No texto Desafios da Reportagem, Ricardo Sander conta vivências que já teve na profissão, especialmnete na elaboração de matérias que porduz para a Independente e que envolvem temas polêmicos que mexem com a opinião pública.
DESAFIOS DA REPORTAGEM
Texto: Ricardo Sander
Uma das situações que faz do jornalismo algo apaixonante é o fato de que um dia até pode ser parecido, mas nunca vai ser igual ao outro. A cada nascer do sol precisamos estar atrás de novas pautas para trazer informações que chamem a atenção do nosso ouvinte e internauta. E quanto mais inusitada e desafiadora a matéria é, mais recompensador é o seu esforço. Sim porque quanto mais chamativa for a matéria, via de regra, ela será mais difícil de ser realizada e, posteriormente, valorizada.
Uma reportagem atrativa não pode ser feita sem fontes. Aí que está um grande desafio das nossas carreiras. Conseguir encontrar as pessoas certas, que podem trazer informações relevantes e, de preferência reveladoras. Na última série de reportagens que produzi, sobre a homossexualidade, me deparei mais uma vez com o desafio de conseguir depoimentos. Em alguns casos tivemos que omitir o nome, modificar a voz e não mostrar o rosto dos entrevistados, muito por este ser um tema em que o preconceito está muito presente.
Mas o interessante é “furungar”, como um bom jornalista. Seja através de indicações de colegas, amigos, ou de buscas, pesquisas e insistência. O repórter nunca pode desistir no primeiro não. O simples fato de uma voz ser modificada no áudio que vai para o ar, chama ainda mais ainda a atenção do ouvinte por parecer algo “proibido”. Em outra matéria, sobre a drogadição, até mesmo policiais à paisana me acompanharam para entrevistar usuários de crack, e mesmo assim, foi algo perigoso, pois o clima não era nada amistoso.
Enfim, se você quer fazer o verdadeiro jornalismo é preciso passar por situações incômodas, inadequadas, onde muitas vezes é mal visto, ou mal recebido. O importante é o seu comprometimento com o público que irá receber a melhor informação possível para que a mesma possa agregar e até dar subsídios para a formação da opinião. Se você não quer isso, deve procurar outra profissão.
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