domingo, 27 de fevereiro de 2011

“Programa Arroio do Meio em Foco”, na voz de NORBERTO RITT

 O depoimento de um profissional apaixonado pela sua profissão




Norberto Ritt (à direita). 
      
Sou  Norberto Ritt, ”Beto”,  nasci no dia 26 de agosto de 1944, em  Porto Alegre,  sou filho de Augusto Ritt e de dona Maria Clara Ritt.  Há mais de 45 anos sou radialista.
        
A minha entrada para a Rádio Independente aconteceu por acaso.  Além de ajudar meus pais no Armazém, também ajudava no Tabelionato. Naquela época, quem apresentava  o programa ( Arroio do Meio em Foco ) era Plínio Backendorf, e eu já havia ajudado a apresentar algumas notas.  Em 1965, Plínio  fez Concurso para os Cartórios de Títulos e  Documentos,  Pessoa Jurídica e Protesto de Títulos, em Caxias do Sul.

 Para minha surpresa, certo dia,  Plínio entrou na minha casa e disse que tinha uma ótima notícia para mim, então explicou: “Fui aprovado no concurso Tirei o primeiro lugar e quero que você  seja o apresentador do programa. Vou te ajudar, dar todas as dicas e informações e vai dar tudo certo”.

Meus pais  me deram todo o apoio. Plínio Backendorf comunicou da sua decisão ao seu Lauro Mathias Müller, informando que a partir de primeiro de agosto de  1965 o programa teria novo apresentador, Norberto Ritt. Fui  junto e tive meu nome  logo aprovado.  Foi um prazer conhecer o Seu Lauro  e os futuros colegas.  Fui bem recebido e tive uma excelente impressão da Radio Independente. A partir daí comecei a me dedicar ao programa, sempre seguindo as recomendações do Diretor Lauro Mathias Müller e do Seu Plínio.

E neste dia, 1º de agosto  de 1965,   apresentei   o programa sozinho,  era apresentado ao vivo, tinha a duração de 15 minutos.
A Rádio   havia cedido  um aparelho para Seu Plínio e que era ligado ao Centro Telefônico Municipal.  Se eu não me engano, naquele ano, o programa era apresentado às 12 horas  e tinha a duração de 15 minutos.
Sempre tive  a   ajuda das   telefonistas. Ligava uns minutos antes e elas se encarregavam  de conseguir conexão com a Rádio Independente.
Muitos problemas aconteceram: interferência na linha telefônica, outras vezes quando iniciava o programa, alguém cortava a linha telefônica, o que interrompia a apresentação.

 Algum tempo depois, comecei a viajar, todos os dias, de ônibus para apresentar o programa direto da Rádio, aí nunca mais deu problema.  Pegava o ônibus Águia  Branca na Rodoviária ou na Parada de ônibus até a Rodoviária de Lajeado e, de lá,  caminhava até a Rádio, à época,  localizada na rua  Silva Jardim.

Em 1993, tive que me submeter a uma cirurgia de Aneurisma Torácica, em Porto Alegre. Quando voltei, através do Diretor Lauro Mathias Müller, foi cedido um Deck, o que facilitou em muito para mim. Gravava o programa em casa e alguém levava até a Rádio.  A partir de  2000, iniciou-se um novo modo de gravar e enviar.  Grava-se o programa no computador, salva-se,  arquiva-se e segue via internet. 





Norberto Ritt (D) com Josevan Ferreira na transmissão  de  aniversário do município de A. do Meio, em 2007.
   Atualmente, Norberto Ritt está afastado das suas atividades profissionais devido a um tratamento de saúde. Ainda assim não consegue ficar longe da empresa, volta e meia, visita os colegas e verifica se as notícias e os procedimentos do seu programa estão de acordo com a sua forma de trabalhar, sempre com muita dedicação, respeito e responsabilidade, o que seguirá fazendo tão logo que estiver recuperado.
        

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

UM TRABALHO DE EQUIPE - REGISTROS DE EXPECTATIVAS FORA DO AR


 (Ano: 1978, Copa do Mundo) - na foto,  Valdir Schardong, Ivo
Padilha, José Rubevaldo Machado (com a cuia), Renato Hilgert e Paulo Beneduzzi

Resgatar a história mexe com a emoção de quem faz parte do enredo e daqueles que estão comprometidos com esta tarefa. Os 60 anos da Rádio Independente estão sendo resgatados com a participação de muitos colaboradores; funcionários, ex-funcionários e ouvintes.

É gratificante perceber que há um desejo de contribuir, de buscar lembranças e de disponibilizar dados importantes para que possamos organizar um trabalho responsável e de credibilidade, o que são carcaterísticas de atuação do Grupo Independente junto à comunidade do Vale do Taquari.

A imagem acima por exemplo, foi cedida pelo advogado Dr. Renato Hilgert, atualmente assessor jurídico  e professor da Univates, que, em décadas passadas, atuou como radialista na emissora.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A BARBEARIA DO HANZ - Um programa de informação, fuxico e muita risada



Na foto, JR Machado (E),  Harry Loeffler (barbeiro), Renato Worm, Ditmar Born, Jacy Pretto (D).
O cliente (sentado) que está sendo atendido ainda não conseguimos identificar.
 



Um pouco sobre a história de Harry Loeffler na Rádio Independente


A sua primeira apresentação aconteceu em junho de 1963. Atuava em parceria com o radialista Elio Pedro Weimer (Elinho), fazendo o personagem Hanz, um alemão atrapalhado. O curioso é que Harry Loeffler não sabe falar o alemão.

Eu apresentava com o Elinho e ele me corrigia. Fazia o contraponto e era um sucesso.


A Barbearia do Hanz
O programa foi apresentado interruptamente de 1990 a 2010, de segunda a sexta, sempre às 11h30min, com a produção e apresentação de Harry Loeffler  e participação de convidados que tinham a função de corrigir o português e de organizar a informação.  É importante destacar que, inicialmente, a atração ia ao ar nas sextas à noite e, em seguida, aos domingos pela manhã, mas não deu muito certo, comenta o entrevistado. Ele destaca que era um horário em que desejava estar com a família e tinha compromissos particulares. Neste tempo, Harry Loeffler apresentava o “Escuta Vovó” e o “Rancho Alegre”.

Em 1990, Lauro Müller convenceu Harry a voltar com a Barbearia. Por um tempo, era um quadro apresentado dentro do programa "Encontro Maior", do Renato Worm. Em momento seguinte, Lauro Müller convidou Harry para comandar a Barbearia de segunda a sexta, sempre às 11h30min. Os assuntos, ou suntos como dizia o personagem Hanz, eram preparados por Harry Loeffler. Ele procurava temas da atualidade de repercussão mundial, nacional, estadual e regional. Fazia recortes e anotava os comentários já com o português atrapalhado, o que era a característica principal do personagem. Também fazia questão de lembrar de aniversários de amigos e de colegas da emissora, sempre interagindo com os participantes deste quadro, entre eles, os radialistas Jacy Pretto, Ditmar Born e  Renato Worm.

Nos 40 anos da Rádio Independente, a Barbearia do Hanz foi levada ao vivo para as comunidades do interior, assim como, seguidamente,  fazia parte de outras programações festivas da região. Ao comentar sobre a receptividade do público, Jacy Pretto recorda da apresentação que fizeram durante um espetáculo circense, em Lajeado.

Questionado sobre a justificativa para a pergunta: por que barbearia e não sorveteria, padaria, farmácia,...?,  Harry explica: (...) a barbearia é o lugar onde tem o que? Bastante fuxico.


Segundo ele, o programa buscava reproduzir um ambiente onde homens conversavam sobre os mais variados temas, sem uma ordem estabelecida. Harry fazia o papel do barbeiro que trazia os temas e lançava para o grupo. Ironiza que na Barbearia do Hanz nunca teve fuxico.  Os ouvintes são testemunhas, brinca

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ROGÉRIO KAPPLER - um ouvinte que acompanha a evolução da emissora

No ano em que a Rádio Independente foi inaugurada, eu era estudante do Colégio São José  e vinha de ônibus, pela manhã, de Cruzeiro do Sul.
O empresário Rogério Kappler concede entrevista
a Ditmar Born (D) para os 60 anos da emissora

Posso dizer que, com muita sabedoria, líderes comunitários resolveram implantar uma rádio em Lajeado. Isto foi motivo de satisfação porque nós tínhamos muita rivalidade com os colegas que vinham estudar no São José e que eram de Estrela.


A importância da Rádio Independente na região:


 A Rádio Independente  faz parte da nossa história, da nossa vida. Eu acordo de manhã e acompanho o programa Acorda Rio Grande. Assim  já fico sabendo dos fatos mais importantes que serão assuntos do dia.

O alcance da emissora está muito bom. Por exemplo, eu vou escutando de Lajeado até o aeroporto.

São 60 anos. É uma vida!  A seriedade é a maior virtude da rádio.

Sempre foi desenvolvido um trabalho dentro do correto, dentro da verdade. O saudoso Lauro Müller primava muito por isso.

Lauro Müller com a esposa Lya
Ele foi um ícone que doou  praticamente  toda a sua vida para a Rádio Independente. Indiscutivelmente,  foi o grande alavancador para que a emissora tivesse o sucesso que tem.

E, hoje, os seus sucessores estão dando um seguimento a este trabalho. 

Onde ele estiver,  deve estar aplaudindo o pessoal que está seguindo os seus ensinamentos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

NORBERTO SCHEER: um dos primeiros locutores

Logo após a fundação da Rádio Independente, em 1951, Norberto Scheer foi contratado para ser locutor de noticiosos e de propaganda nos horários das 7 e 12 horas, que eram apresentados diariamente.

No ano de 1952, atuou  como gerente da emissora. Afastou-se da Rádio quando seguiu para o Rio de Janeiro, exercendo a função de contador, período em que também cursou a Faculdade de Direito.

Anos depois, assumiu a gerência de uma indústria de alimentação para animais, na cidade de São Paulo.

Scheer destaca que, apesar de ser por um curto período, a sua passagem pela Rádio Independente, na condição de gerente, somou muito na sua formação profissional.

Atualmente, reside em Porto Alegre, no entanto, ainda se diz ligado a Lajeado porque tem familiares e amigos residindo na cidade.

Abaixo, trechos do seu depoimento para os 60 anos da emissora:

Ser locutor de rádio atraia os moços, na média com vinte anos de idade, ansiosos para exercer uma nova profissão, e porque não dizer em busca de fama...

A seleção consistia na leitura de viva voz para avaliar se o candidato a locutor possuía o básico para assumir um microfone.

A criação da Rádio foi uma iniciativa que ajudou a impulsionar a economia e a cultura da região.

Cabe destacar o jornalista Lauro Mathias Müller, impulsionador maior da Rádio, gerente por algumas dezenas de anos e comentarista radiofônico competente, de todas as manhãs, que faleceu mais ou menos uma dezena de anos atrás, cuja ausência se faz sentir na ora comemoração dos 60 anos de sua fundação. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A VOZ DE CHAVES GARCIA NOS EVENTOS DA REGIÃO

O historiador José Alfredo Schierholt entrevista Maria Thalita
 para o livro que vai contar a história dos 60 anos da emissora
Maria Thalita Eggers Garcia foi casada com Oscar "Chaves Garcia", um dos primeiros gerentes da Rádio Independente. Profissional de rádio que ficou conhecido na região especialmente pela sua atuação nas transmissões de bailes e eventos. No cartão de visita de “Papito”, como era conhecido por alguns, também constam  as funções de locutor esportivo e agente de publicidade. 
Maria Thalita e Chaves Garcia são pais do jornalista Alexandre Garcia.

Aos 91 anos, bem humorada e detalhista, recorda de alguns episódios da época em que acompanhava o marido nos eventos do interior. Conta que, certa vez, ao chegar à portaria de um baile, foi abordada por um homem que fez o seguinte comentário:
- A senhora deve ter muito ciúme!
Perguntei: - Mas, por quê? Ele então respondeu: - De certo ele recebe muita cartinha de ouvinte.
Eu achei graça! Meu marido era a atração da festa. Todo mundo ia para os eventos para ver o "tal Chaves". Ele transmitia os bailes onde tinha as “gildas”. As pessoas arrancavam só para ele dizer o nome delas no microfone.

Naquela época, quem trabalhava em rádio era muito conhecido e respeitado.  A voz do Oscar era parecida com a voz do Alexandre (Garcia).

Eu me sinto muito feliz porque, mesmo o pai estando ausente há tantos anos, eu escuto o filho todos os dias na mesma Rádio Independente.